2020-1: em cena o ensino remoto

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Estamos em meados de agosto de 2020 e nos preparando para começar o primeiro semestre letivo de 2020 (o 2020-1) da graduação de novo. TALVEZ em 24 de novembro.

“De novo” porque estávamos na primeira semana de 2020-1 quando a pandemia de COVID-19 levou ao reconhecimento do estado de calamidade pública no país e ao subsequente  fechamento provisório de escolas e faculdades.

Recomeçaremos lançando mão do ensino remoto: todos, professor e alunos, diante de tela, câmera e microfone. Estamos aprendendo novo vocabulário para a nova realidade. Se estamos todos compartilhando uma sala virtual estamos numa atividade síncrona. O trabalho de casa  (exercícios, leituras, vídeos) passa a ser atividade assíncrona. Para aqueles que  conheciam o Skype, descobrimos o Zoom, o Google Meet, o Webex.

Ao longo destes meses de muitas reuniões virtuais de  trabalho aprendemos algumas coisas. Por exemplo, que a dificuldade dos usuários de LIBRAS em reuniões com mais de 16 participantes pode ser minimizada se apenas quem fala e o intérprete de LIBRAS ficarem com o vídeo ligado (foi a prática adotada nas reuniões da Congregação da Faculdade de Letras, por exemplo). Mas se não for o caso, se não houver participantes surdos, por exemplo?

Durante a aula deixo ou não a câmera e o microfone ligados?

Quanto ao microfone, o default é entrar na aula já com ele desligado. Todos ou vários microfones ligados tornam o som horrível. Só ligamos o microfone para falar, ou logo ouviremos uma quantidade de pedidos para desligar o microfone. Se o som da  rua for intenso (buzinas, carros de som, o vendedor de pão…), então o microfone ligado atrapalha muito.

A câmera ligada  parece obrigatória para o professor. E para o aluno? O ideal é que cada aluno também esteja visível. É muito esquisito dar aula para retângulos pretos e fotos, vendo apenas a si próprio, como se a aula fosse para um espelho. Pelo menos duas questões a considerar, porém.

A primeira: não importa se professor ou aluno, se não temos um estúdio (enquanto não mudamos de profissão, é o caso), todos estão entrando em diferentes casas, em geral cada uma delas compartilhada com outras pessoas e pets. O quanto queremos mostrar? Podemos fazer alguma coisa para que nossos familiares possam fazer sua vida enquanto estamos em aula, ficando fora do alcance da câmera?

Em segundo lugar: a qualidade da rede pode não ser lá essas coisas e  ao ligar a câmera pode haver problemas com a recepção. Se for esse o caso, mande um e-mail explicativo para o professor, mostre o rosto na aula e desligue a câmera, avisando pelo chat. E se  simplesmente a câmera do computador não funciona? Avise o professor. Se tiver de sair antes do final? Use o chat para pedir licença e sair.

Se o microfone fica desligado ninguém pode fazer perguntas, comentários?

Pode e deve perguntar, comentar. Pode levantar a mão para a câmera, pode colocar a pergunta ou comentário no chat ou pode falar.

Quase o gato de Schrödinger:  estamos em casa mas não estamos em casa

Para não ser tempo perdido, precisamos todos colocar o foco naquela atividade enquanto estivermos nela. Como acontecia nas aulas presenciais.

Não teremos controle sobre muitas coisas (o irmão que esqueceu a chave, o filho que chora, a internet que cai, a falta de luz…). Mas muitas escolhas serão nossas. Como saber os códigos dessa netiqueta que estamos começando a conhecer? Vamos tomar algumas situações para pensar:

  • enquanto estivesse numa aula presencial faria em sala a manicure dos pés?
  • ficaria deitado/a?
  • iria à aula sem roupa? em camisola ou pijama?

NB.: Em 24 de agosto próximo começa o PLE, que é opcional.



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