Surge o “manuscrito refém”

Tomei conhecimento de que havia situações com um “manuscrito refém” lendo um artigo do número de março passado na Pesquisa FAPESP, intitulado Como sobreviver ao veneno das revistas predatórias.

Em resumo: a alegria de receber um email-convite para publicação, com nosso nome e demonstrando o interesse por um determinado trabalho que fizemos pode rapidamente transformar-se numa dor de cabeça se dizemos sim a esse canto de sereia.

A pressão para publicar acaba tornando a comunidade científica presa potencial para um tipo de negócio que vem crescendo porque parece ser bastante lucrativo: o das publicações predatórias. Essas publicações alardeiam uma reputação inexistente , baseada em métricas estranhas, conselhos científicos cujos membros podem nem mesmo saber da inclusão de seus nomes nessa lista (e seriam também eles cobrados caso peçam a retirada do nome) e numa revisão por pares também inexistente, adicionando a isso o informe aos interessados de que cobram APCs abaixo do mercado.

O que vem chamando a atenção é o que acontece caso o autor do trabalho, ao descobrir a má fama do periódico, se arrependa de ter submetido seu texto e peça que não seja considerado para a publicação. Isto é, ainda antes de o trabalho ter chegado a ser publicado, os editores passam a exigir uma taxa de retratação.

É só não pagar. Não é tão simples. A cobrança continuará. O texto será publicado à revelia do autor, que será cobrado, agora pela publicação. E aí vem mais coação: o texto não desaparecerá da revista (diferentemente do que acontece nos casos de retratação verdadeira, em que nada desaparece) se o autor não pagar algumas dezenas de dólares. Se o texto não desaparece, não pode ser publicado em outro lugar. Ou paga o resgate, ou o texto continua refém.

Para quem quiser conferir a narrativa de alguém que passou por esse tipo de situação: How I became easy prey to a predatory publisher.

Referências

CHAMBERS, Alan H. 2019. How I became easy prey to a predatory publisher. Science, May. 9, 2019. https://www.sciencemag.org/careers/2019/05/how-i-became-easy-prey-predatory-publisher

MARQUES, Fabrício. 2021. Como sobreviver ao veneno das revistas predatórias. Pesquisa FAPESP, 321: 8-9. março 2021. https://revistapesquisa.fapesp.br/como-sobreviver-ao-veneno-das-revistas-predatorias/


Alguém leu antes de publicar?

Cheguei ao artigo “Wanion: Refinement of Rpcs“, publicado em Drug Designing & Intellectual Properties International Journal, por mera curiosidade.

Mencionado nesta terceira semana de setembro na Retraction Watch, que reproduziu artigo de Jeannette Cooperman em The Common Reader, o trabalho tem como primeiro autor Kim Kardashian — que a Wikipedia define como “personalidade da mídia” — e que não está envolvida com a vida acadêmica. O segundo autor é Satoshi Nakamoto, que não se sabe se é uma pessoa ou um grupo, a que se atribui a invenção da criptomoeda bitcoin. O último autor é Tomas Pluskal, então estudante do MIT, que compôs o artigo com a ferramenta SCIgen.

O abstract é incompreensível:

In recent years, much research has been devoted to the synthesis of the Turing machine; nevertheless, few have enabled the deployment of systems. Given the current status of ubiquitous theory, physicists daringly desire the evaluation of IPv6, which embodies the appropriate principles of cyber informatics. It might seem counterintuitive but is supported by previous work in the field. In this work, we show not only that e-commerce can be made cacheable, semantic, and client-server, but that the same is true for vacuum tubes

Não é de estranhar: foi gerado automaticamente.

Embora afirme que os trabalhos submetidos passam por revisão por pares, o site da Lupine Publishers, responsável por essa e por muitas outras revistas, não exibe mais o artigo. Não se trata de retratação: apenas desapareceu.

O site traz informações estranhas, como um membro do comitê editorial ter como afiliação a Federal University of Juiz de Fora, USA. O site tem também uma aba “Pay Now”. As taxas são parte importante do processo de publicação e variam conforme o autor venha de um país de baixa, média ou alta renda.

Há muita pressão para publicação no mundo acadêmico. Mas qualquer coisa vale o preço?

Referências

COOPERMAN, Jeannette. When Scholarly Articles Are Fraud, Whim, or Total Insanity. The Common Reader, 16Set2020. <https://commonreader.wustl.edu/when-scholarly-articles-are-fraud-whim-or-total-insanity/>

SCIgen – An Automatic CS Paper Generator. <https://pdos.csail.mit.edu/archive/scigen/>

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Repositórios mantidos pelo COS em risco; surge o servidor de preprints da Scielo

Tempo de leitura: 1 min

A mensagem em exibição na página inicial do MarXiv, um repositório de preprints mais focado em questões ambientais, causou surpresa: “Submissions for Marxiv are now closed. Existing preprints will be maintained by COS as part of the long-term data preservation plan”.  Logo abaixo a informação de que o MarXiv é “Powered by OSF Preprints“.

OSF é a sigla para Open Science Framework, a infraestrutura de software desenvolvida e mantida pela empresa Center for Open Science (COS), que disponibiliza entre várias ferramentas a OSF Preprints.

A explicação para se entender o aviso na home page do MarXiv pôde ser lida alguns dias depois numa  nota no Nature Briefing: que repositórios de preprints bem conhecidos, hospedados pela Center for Open Science (COS) correm risco de fechar em decorrência de problemas financeiros.

Quem paga?

Para o COS, os custos com a parte voltada para preprints chegarão em 2020 a US$230.000 e o dinheiro das fundações privadas neste ano não será suficiente para manter a plataforma do COS.  Para os repositórios/servidores no COS,  em geral gerenciados por trabalho voluntário, passa a valer em 2020 o pagamento de uma taxa anual que pode alcançar alguns milhares de dólares norte-americanos. A taxa básica anual de 1000 dólares  não é fixa: aumenta à medida em que aumentam as submissões ao repositório. Cerca de 6000 submissões correspondem a uma taxa de cerca de US$25.000. Com mais de 16.500 submissões anuais, o INA-Rxiv , por exemplo, promete limitar o número de submissões para diminuir os custos.

Num outro cenário…

Por outro lado, em 28 de fevereiro último, a Scielo anunciou o lançamento   da versão beta do Open Preprint Systems (OPS),  armado com as especificações e financiamento inicial do SciELO, juntamente com um financiamento generoso de um doador da Universidade de Stanford” (PUBLIC KNOWLEDGE PROJECT, 2020). A  operação regular teve início em junho de 2020: https://preprints.scielo.org/index.php/scielo 

Preprints e arquivos de dados de pesquisa relacionados a artigos publicados pelos periódicos SciELO podem residir em qualquer um dos servidores de preprints confiáveis e reconhecidos, e nos repositórios de dados de pesquisa. O SciELO também operará um repositório central de dados de pesquisa e um Servidor Central de Preprints, com as possibilidades de que as coleções da Rede SciELO operem seus próprios Servidores de Preprints e repositório de dados. (PACKER & MENDONÇA, 2020)


Mais sobre preprints neste Blog?


 Mallapaty, Smriti. Popular preprint servers face closure because of money troubles. Nature News, 13Fev2020. https://www.nature.com/articles/d41586-020-00363-3?utm_source=Nature+Briefing&utm_campaign=a5478813af-briefing-dy-20200213&utm_medium=email&utm_term=0_c9dfd39373-a5478813af-44329949

PACKER, A.L. & MENDONÇA, A. A via para os preprints (Parte 2): O Servidor de Preprints do SciELO [Publicado originalmente no site do PKP em março/2020] [online]. SciELO em Perspectiva, 2020 . Available from: https://blog.scielo.org/blog/2020/03/09/a-via-para-os-preprints-parte-2/

PUBLIC KNOWLEDGE PROJECT. A via para os preprints (Parte 1): Introdução ao Open Preprint Systems [Publicado originalmente no site do PKP em fevereiro/2020] [online]. SciELO em Perspectiva, 2020 . Available from: https://blog.scielo.org/blog/2020/03/03/a-rota-para-os-preprints-parte-1/

Atualização: MarXiv agora em https://www.library.ucsb.edu/marxiv (UCSB).


Um periódico que estimula a pesquisa científica de crianças e jovens

Um artigo de Bec Crew para o Nature Index em 17 de dezembro passado tem o instigante título Peer-review for six-year-olds . E chama a atenção para o Canadian Science Fair Journal, periódico que publica trabalhos científicos de crianças a partir de seis anos, ainda no segundo ano. O periódico foi criado em 2017 por Dayre McNally, intensivista pediátrico do Children’s Hospital of Eastern Ontario e professor na Universidade de Ottawa. O trabalho submetido não pode ter sido publicado anteriormente e cada submissão é acompanhada  da declaração a seguir:

CSFJ - originalidade

Cada criança  trabalha com um editor da área do trabalho submetido (Engenharia e Fisica, Química, Comportamento/ Fisiologia, Biologia e Bioquímica, Ciências Ambientais, Ciências da Computação) até o artigo ser publicável — o que seria uma “revisão por pares colaborativa”. O número atual, por exemplo, traz os seguintes títulos:

Um prêmio estranho

IMAGEM 
"TROPHY DESIGN" by PROTOTYPUM, 
Martin Žampach is licensed under CC BY-NC-ND 4.0

A  Publons (agora da Clarivate Analytics) mais uma vez promoveu o Global Peer Review Awards, anunciado na Peer Review Week deste ano, que teve lugar entre 16 e 20 de setembro.  Em  2019 o prêmio contou com três categorias: os pareceristas top-10 , os pareceres de excelência e uma categoria para editores.

A Publons, cuja missão declarada é “speed up science by harnessing the power of peer review“, vem assumindo o papel de treinar a produção de pareceres e ajudar a indústria de publicações acadêmicas a encontrar nomes para atuarem como pareceristas (ver Crotty, 2018).

    O nome numa lista e …

    Em meio a muita discussão sobre o trabalho gratuito de pessoal altamente especializado  em prol de revistas científicas que cobram taxas muito caras dos autores para a publicação em acesso aberto e/ou de assinaturas também de preço elevado, publicadas por editoras cujos lucros andam na casa dos 40% — diferentemente da crise do mercado livreiro — não há como não se perguntar se esse prêmio é valorização suficiente para aquele que deixou de lado seu próprio trabalho e contribuiu de graça para uma indústria bilionária (em dólares ou euros); nem se esse prêmio não seria o equivalente da estrelinha que se ganhava na escola quando criança: confere algum status num pequeno círculo.

    Embora se diga que escrever pareceres sobre artigos acadêmicos submetidos a revistas científicas é parte do trabalho acadêmico, essa não é uma das cláusulas de qualquer contrato de trabalho como professor ou pesquisador (ver Watson, 2017).

    Trabalho necessário, mas que conta pouco para quem o faz

    Ninguém nega a importância do trabalho dos pareceristas. A divulgação do trabalho científico, no mundo atual ligada à avaliação por pares, é importante para a Ciência e igualmente importante nos processos formais de avaliação de professores e pesquisadores. Escrever pareceres é, porém, trabalho voluntário, certamente não prioritário na lista de afazeres.

    Agora, se esse trabalho é tão importante, se uma revista cobra alguns milhares de dólares do autor para publicar seu artigo por conta dos custos que alega ter com o preparo do manuscrito para a publicação, por que o par (ou trio) de pareceristas que recomendaram (ou não) a publicação não pode ser remunerado?

    Pode-se argumentar  que esse profissional terá seu nome listado como parecerista de uma revista de luxo. Mas, pensando bem: se um pesquisador concorre a uma vaga de professor ou pesquisador , ter uma enorme lista de pareceres  ou não incluir essa parte no lattes vai fazer diferença? Ter escrito críticas a trabalhos alheios, como notou Crotty (2018), impressiona mais uma banca que a qualidade do próprio trabalho? Por outro lado, para a revista ter um profissional renomado listado entre seus pareceristas é relevante.

    E as revistas em acesso aberto que não cobram taxas dos autores,
    caso da quase totalidade das revistas nacionais no Qualis? 
    Não são periódicos predatórios; têm papel importantíssimo na
    divulgação das pesquisas no país; 
    solicitam pareceres dentro de prazos razoáveis. 
    Atender ao convite de um desses periódicos para emitir um parecer
    continua sendo trabalho voluntário, não prioritário, 
    mas essas publicações, que não visam lucro e lutam para se manterem,
    merecem a colaboração, ainda que não remunerada,
    de todos nós.

    Crotty, David. 2018. Credit for Peer Review: What is it Worth? The Scholarly Kitchen, 18Out2018. https://scholarlykitchen.sspnet.org/2018/10/18/credit-for-peer-review-what-exactly-does-that-mean/

    Watson, Mick (@Biomickwatson). 2017. Let’s keep saying it, and say it louder: REVIEWERS ARE UNPAID. Opiniomics, 23Agos2017.


    Dados abertos e avaliação por pares aberta chegam à linguística brasileira

    A discussão sobre os pareceres abertos apresentada nas postagens A avaliação por pares em discussão – Partes 1, 2 e 3 ganhará forma, em breve, na Revista da Abralin, periódico da Associação Brasileira de Linguística. Mas não só.

    Numa circular aos associados datada de 16 de julho de 2019, as editoras-chefes da revista, argumentando que “[a] ciência vive um momento de crise, que vai muito além da crise da replicabilidade; […] uma crise de credibilidade, que decorre da falta de transparência no processo, que é, no cenário brasileiro, majoritariamente financiado pelo contribuinte”; que “o processo de revisão duplo cego (em que pareceristas não sabem quem são os autores, e vice-versa) não tem se mostrado transparente“;  que “o trabalho do parecerista, essencial para o aprimoramento do texto e com contribuições substanciais para a forma final, não é reconhecido publicamente” , solicitam aos associados já doutores  que se cadastrem como pareceristas para uma nova fase da revista: “a partir de 2020, as submissões à Revista da Abralin passarão por processo de revisão aberto, em que autor e parecerista não são anônimos“.

    Não será a única parte da inovação. Ainda na sequência de decisões que colocam o periódico no movimento Ciência Aberta, no tocante às submissões de manuscritos serão priorizadas as submissões à Revista da Abralin “que apresentarem a indicação de compartilhamento dos conjuntos de dados de análise, instrumentos, scripts de análise estatística, roteiros e materiais adicionais, que devem estar em repositórios online abertos, tais como OSF e Figshare, por exemplo”.

    Também serão priorizadas as submissões “que se comprometerem a contribuir com um texto de popularização a ser publicado na Roseta, revista da Associação Brasileira de Linguística voltada para a popularização científica, de modo a promover a Ciência Cidadã”.

    A circular pode ser lida em http://revista.abralin.org/index.php/abralin/announcement/view/4


    A terceirização na avaliação por pares – 1

    Três postagens anteriores (A avaliação por pares em discussão – Partes 1, 2 e 3) focalizaram a discussão que atualmente envolve diferentes possibilidades de implementação da avaliação por pares aberta. Todas as propostas em discussão reconhecem o tanto de trabalho que a atividade soma à já sobrecarregada vida acadêmica, mas consideram a figura o avaliador único.

    Um artigo de Benderly no magazine Science, porém,  traz para primeiro plano uma prática obscura: a terceirização de pareceres, assinados por pesquisadores de ponta, mas escritos de fato por pesquisadores em início de carreira: pós-graduandos ou pós-docs.

    [Continua]


    Benderly, Beryl Lieff.  Early-career researchers commonly ghostwrite peer reviews. That’s a problem. Science/Taken for Granted, 6Maio2019.  https://www.sciencemag.org/careers/2019/05/early-career-researchers-commonly-ghostwrite-peer-reviews-s-problem

    McDowell, Gary S. et alii. Co­reviewing and ghostwriting by early career researchers in the peer review of  manuscripts.  bioRxiv preprint first posted online Apr. 26, 2019; doi: http://dx.doi.org/10.1101/617373.

    [Parte 1] [Parte 2]


    A avaliação por pares em discussão – Parte 3

    As alternativas ao modelo de avaliação por pares hegemônico na atualidade —  referidas como open peer review (OPR) — são um conjunto de combinações de abertura como indicado na postagem de 20 de maio passado [A AVALIAÇÃO POR PARES EM DISCUSSÃO – PARTE 2] e começam a gerar pesquisas na comunidade científica. Assim, em julho de 2018, o repositório do Consejo Superior de Investigaciones Científicas/ DIGITAL.CSIC publicava os resultados de uma enquete com 158 pesquisadores da Espanha (Bernal & Román-Molina, 2018) . Ao assumirem o papel de revisor ou de autor, os pesquisadores consultados demonstraram sua preferência pelo duplo-cego:

    CSIC- duplo cego autor

    CSCI-duplo cego revisor

    Dentre as conclusões da pesquisa chama a atenção a falta de consenso em relação à implantação de mudanças:

    Los encuestados valoraron las oportunidades y los beneficios de una posible reforma del sistema dominante de revisión por pares de manera dispar. Así, algo más del 60% de los encuestados piensa que hacer públicas las revisiones de los artículos científicos puede ser beneficioso como información complementaria para los lectores y que la calidad de las propias evaluaciones aumentaría. Por otro lado, no existe consenso entre los encuestados sobre el riesgo de que un sistema de revisiones públicas actuara como obstáculo para realizar evaluaciones especialmente críticas, con casi 47% de respuestas tendentes a pensar que tal riesgo existiría. Finalmente, algo más del 50% de los encuestados piensa que publicar la identidad de los revisores ayuda a reducir posibles conflictos de intereses.

     

    CSCI- Contra e a favor

    Nassi-Caló (2015) arrola seis argumentos favoráveis à revisão aberta por pares e cinco contrários. Entre os riscos Nassi-Caló vê um aspecto mais grave que uma possível represália: “Certos comentários nos pareceres poderiam ser distorcidos e descaracterizados para reduzir a credibilidade da pesquisa, de uma área do conhecimento ou da ciência como um todo. Esta probabilidade seria maior em periódicos que publicam pesquisa com maior risco de discussão política”. Nota que a aceitação ou rejeição da OPR não é a mesma em todas as áreas; que pesquisadores mais jovens estão mais propensos a concordar com sua implantação. Para os editores, a adoção de um modelo que publicasse não só o artigo em sua forma final, mas outras versões submetidas, comentários dos pareceristas, respostas dos autores e decisão do editor não seria “trivial”.


     

    Bernal, Isabel &  Román-Molina, Juan. 2018. Encuesta sobre evaluación por pares y el módulo “Open Peer Review” de DIGITAL.CSIChttp://digital.csic.es/bitstream/10261/167425/3/encuesta_DC_peer_review_oprm_2018.pdf

    NASSI-CALÒ, L. Potenciais vantagens e desvantagens na publicação de pareceres [online]. SciELO em Perspectiva, 2019 . https://blog.scielo.org/blog/2019/04/30/potenciais-vantagens-e-desvantagens-na-publicacao-de-pareceres/

    [Parte 1]   [Parte 2] [Parte 3]


    A avaliação por pares em discussão – Parte 2

    Quais são as alternativas? São muitas. Ernesto Spinak (2018), com base na literatura sobre o tema, organizou um quadro das alternativas em discussão:

    OPR - Spinak

    [Continua na Parte 3]

     


    SPINAK, E. Sobre as vinte e duas definições de revisão por pares aberta… e mais [online]. SciELO em Perspectiva, 2018 https://blog.scielo.org/blog/2018/02/28/sobre-as-vinte-e-duas-definicoes-de-revisao-por-pares-aberta-e-mais/

    [Parte 1]  [Parte 2]  [Parte 3]


    A avaliação por pares em discussão – Parte 1

    Considerada o alicerce das publicações científicas, a avaliação por pares é cada vez mais o centro de discussões em que surgem processos alternativos a serem adotados. Em foco, o nível de transparência no processo.

    A forma mais comum de avaliação por pares é aquela que preserva o anonimato —  seja porque o autor não toma ciência dos nomes dos pareceristas (simples-cegoing. single-blind), seja porque os autores não sabem quem são os pareceristas nem os pareceristas sabem quem são os autores (duplo-cegoing. double-blind) — e o sigilo que envolve os pareceres exarados, endereçados apenas ao editor e ao autor.

    Em meados desta década, Nassi-Calò (2015) apontava novas alternativas a esses processos:

    Recentemente, novas formas de revisão por pares vem sendo consideradas, como alternativas aos métodos simples e duplo-cego. Revisões totalmente abertas, em que a identidade de autores e revisores é conhecida por ambos; revisões abertas publicadas ao final do artigo, abrindo espaço para discussões pós-publicação; e a substituição da revisão por pares por revisão pós-publicação estão entre as alternativas que ganharam destaque como formas da evolução do processo original de peer review.

    Em que consistem essas alternativas?

    [Continua ]


    Bernal, Isabel &  Román-Molina, Juan. Encuesta sobre evaluación por pares y el módulo “Open Peer Review” de DIGITAL.CSIChttp://digital.csic.es/bitstream/10261/167425/3/encuesta_DC_peer_review_oprm_2018.pdf

    Nassi-Calò, Lilian. 2015. Avaliação por pares: modalidades, prós e contras. Scielo em Perpectiva, 27Mar2015. https://blog.scielo.org/blog/2015/03/27/avaliacao-por-pares-modalidades-pros-e-contras/#.XJWQoVVKiXI

    [Parte 1]  [Parte 2] [Parte 3]